TDAH
A classificação diagnóstica de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (DSM – 5, 2014) representa atualmente um dos principais fatores que incidem sobre a demanda de tratamento na clínica com crianças. Comumente são encaminhadas pela escola por razões ligadas a comportamentos impulsivos/agressivos e/ou rendimento insatisfatório, não raro, o diagnóstico é sugerido a partir da própria escola.
Entretanto, como nenhuma pessoa é igual a outra, nenhum transtorno se apresenta da mesma maneira em diferentes casos. O protocolo terapêutico associado ao diagnóstico deve considerar a especificidade de cada caso clínico e não reduzir a complexidade do psiquismo somente à hipótese do déficit de uma substância neurológica. Isto pode ter efeitos deletérios em nível cerebral e social.
O aumento assintótico de diagnósticos de TDAH e da venda do medicamento associado ao protocolo prescrito pelos manuais desenham um cenário mercadológico em franca expansão funcionando como um dos motores que impulsionam a medicalização da vida.